Vídeo - História de Brusque do Sul
Historia da Comunidade de Brusque do Sul
De Brusca a Brusque do Sul
Relato Histórico
No principio, as terras onde localiza-se a comunidade de
Brusque do Sul, eram um vale escuro com uma mata muito espessa e fechada, e ara
habitada por índios botocudos, os chamados bugres. Este vale, até a chegada dos
colonos tinha fama de banditismo, pois servia de refugio para bandidos fugidos principalmente
de Laguna e Tubarão. Por isso era chamado de Brusca (palavra do dialeto
italiano que significa lugar escuro). Situada a beira do caminho das tropas da
Serra do Imaruí, em pouco tempo Brusque tornou-se um expressivo povoado com
significativo centro comercial. Atraidos pelas terras férteis dirigiram-se para
o fale os primeiros moradores de origem alem e brasileira. As primeiras
famílias a habitar a região foram: Lorenzetti, Flor, Chipa, Cordiolli, Heising,
Borba, Nascimento. O censo de 1896 contou 123 moradores, a maioria com
sobrenomes brasileiros: da Silva, Alves, de Santa Ana, de Souza, Abreu, da Luz,
da Motta, Caetano, de Jesus, de Mello, dos Santos, Pereira e outras.Logo que chegaram, essas primeiras famílias, construíram uma
capelinha de madeira coberta de palha, localizada numa parte alta da comunidade
onde hoje faz divisa com a comunidade de Rodeio da Anta, nela colocaram um
quadro de São Sebastião. Por estar localizada fora do centro de Brusque, os
moradores que ali residiam, queriam trazer a capela para o vale mas os
moradores próximos a capela não aceitaram e houve conflitos. Então os moradores
resolveram construir sua própria capela,
esta também pequena, feita de varas, barro e coberta de palha e tabinhas. Como queriam o mesmo padroeiro, foram até a
primeira capelinha e roubaram o quadro de São Sebastião. Porem os moradores
próximos da primeira capela, novamente não concordaram com a idéia e foram
buscar sua imagem. Isso gerou um conflito e um vai e vem, que só terminou quando o pároco de Orleans, padre
Guilherme Farinha da silva, resolveu acabar com o conflito trazendo uma imagem
de são Sebastião e nomeando-o padroeiro
da comunidade, mais tarde por volta dos anos 40, os moradores resolveram trocar
de padroeiro, em comum acordo com o Padre da época foi nomeando Nossa Senhora das Dores como padroeira da
comunidade. Com o tempo e o aumento da
população a capelinha foi ficando pequena, então as famílias se reuniram e iniciaram
a construção de uma nova igreja, feita de madeira, por volta de 1915. A madeira
foi toda farquejada por Godofredo Ostre.
O primeiro capelão foi Gregório Cordiolli.
Começaram, nesta época a vir muitos moradores como as famílias: Antunes,
Brugnara, Marchioro, Fortunato, Miranda, Zanini , Alberton, Mazon, Herculano, Dalsasso, Coan, Baggio,
Menegasso, Baschirotto e outras. Na
década de 20 os moradores começaram a sentir necedade de uma capela maior e
mais confortável.
Em 1927 foi lançada a pedra fundamental da primeira capela de
alvenaria da comunidade, o modelo foi inspirado na 1ª Igreja Matriz de Orleans
que ainda existia na época. Em 1935 a comunidade adquiriu um sino de bronze que
foi fundido por uma fundição que existia em Blumenau no qual esta gravado o
nome da padroeira da comunidade Nossa Senhora das Dores, a data da 1935 e o
nome da empresa. O sino foi estalado ao lado esquerdo da capela em uma espécie
de torre de madeira que sustentava o sino no alto.
O cemitério ficava bem
próximo a capela e ali eram sepultados pessoas da comunidade e também de
comunidades vizinhas, pois estas não possuíam cemitério próprio.
O primeiro
salão de festas da comunidade que era chamado de bazar, ficava do lado do
cemitério em uma baixada, a beira do rio, era uma construção simples e pequena
feita também de madeira. Mais tarde foi construído um bazar maior, também de madeira do lado esquerdo da
capela, mas este também não oferecia conforto para a comunidade. No final da
década de 50 foi substituído por uma construção de alvenaria, este também,
tempos depois não comportavam as festa que se realizavam na comunidade, foi
então que planejou-se construir um outro bem maior. No dia 5 de agosto de 1986
foi iniciado o trabalho de terra planejem, em seguida iniciou-se a construção,
na qual muitos moradores da comunidade trabalharam se revezando para construir
o salão, e mesmo conta com dois pavimentos e é de grande utilidade para a
comunidade.
Na década de 60, como a situação financeira das famílias já
era um pouco melhor resolveu-se construir uma igreja mais ampla e moderna, a
comunidade e a comissão adiministrativa composta por Otavio Alberton, Teofilo
Mazon, Leonildo Baggio e Jacinto Brugnara, se reuniram, debateram o assunto e
ficou estabelecido que a igreja seria demolida para a construção da nova, e
levaram a idéia ao conhecimento do pároco Padre Santos Spricigo que achava que
não se deveria demolir a igreja mas só ampliá-la, mas ele aceitou a proposta da
comunidade e sugeriu que a igreja fosse construída em forma de cruz, o capelão
na época Sr Januario Mazon foi o idealizador do projeto da nova capela.
Em 18
de setembro de 1966 foi promovida uma grande festa em honra a padroeira Nossa
Senhora das Dores na qual seria feito o leilão da pedra fundamental da nova
capela e esta seria colocada no local. Esta foi leiloada pelo Padre Santos e o
Sr. Valentim Crozetta foi o padrinho da mesma oferecendo 20 contos de réis. A
partir disso iniciou-se a construção da nova capela, o pedreiro que a construiu
foi Manulel da Silva, e a comunidade não mediu esforços para auxiliar nas
obras. A capela foi aos poucos sendo construída e os acabamentos foram feitos
ao longo dos anos. Esta capela é a mesmo que se encontra na comunidade hoje na
qual a comunidade de reuni semanalmente para rezar.
Muitas pessoas se destacaram como lideranças na comunidade especialmente
na função de capelão que era uma espécie de administrador das funções eclesiais
na comunidade já que os Padres não podiam atender a todas a comunidades da
paróquia, que eram muitas. No inicio da comunidade, muitas vezes os padre podia
atender a comunidade apenas duas vez durante o ano, geralmente na época da
páscoa e na festa da padroeira, nessas ocasiões eram administrados todos os
sacramentos que se houvesse necessidade. Por esse motivo as comunidades tinham
lideranças que representavam a pessoa do padre na comunidade e realizavam
trabalhos importantes como conduzir os cultos aos domingos, rezar as ultimas
orações no caso de um falecimento entre outros. O primeiro capelão de Brusque
foi o Sr. Gregorio Cordiolli, quando este saiu da comunidade quem assumiu foi o
Sr. Januario Mazon que permaneceu por muitos anos, em seguida assumiu por volta
dos anos 50 o Sr. Erculano Nacimento, sucedeu-o o Sr Jacinto Bascherotto, e em
seguida José Alberton, também foram capelães na comunidade o Sr Natalino Ferrareis
e a Sr. Matilde Borba. Atualmente a comunidade tem como liderança maior a Sr.
Eulália Mason Machado que por muitos anos trabalhou em diversas atividades da
igreja especialmente a catequese e atualmente é dirigente de culto na comunidade
alem de outra atividades.
No princípio, o trabalho dos moradores era cortar e lascar
arvores para construir suas próprias moradias, depois de instalados e terem
aberto áreas para plantio é que começaram a cultivar milho, feijão, arroz,
batata-doce, cana de açúcar, mandioca. Começaram a engordar porcos trazidos da
serra pelos tropeiros que desciam a serra do Imaruí. Os serranos possuíam
algumas raças de porcos que atingiam grande porte, mas não tinham condições de engordá-los,
por isso traziam e vendiam para os colonos que engordavam os porcos e vendiam
na cidade de Orleans, o transporte dos animais era feito a carro de boi, que
era o meio de transporte mais utilizado na época. O Sr. Angelo Brugnara relatou que em 1944
quando foi picado por uma cobra, o meio de transporte mais rápido que se tinha
para chegar até a cidade era uma charrete puxada por cavalos de propriedade do
Sr. Luiz Mazon.
O primeiro caminhão, de propriedade dos Mazon, apareceu no
final da década de 40, tinha a cabina feita de madeira e era coberto com lona.A comunidade de Brusque do Sul era um importante centro
comercial, principalmente por estar situada a beira do caminho das tropas da
serra do Imaruí, único caminho de ligação entre o litoral sul e o planalto
serrano, esse caminho já tinha sido identificado por volta de 1875 quando foram
demarcadas as terras da Colônia, esse caminho possivelmente foi aberto por
serranos para trazer gado para o litoral.
Os tropeiros, como eram chamados,
desciam a Serra trazendo: charque, maçã e pinhão, chegando em Brusque,
comercializavam esses produtos com os colonos através da troca, pois o dinheiro
era pouco utilizado. Levavam contavam consigo arroz, feijão, acocar grosso,
algumas especiarias e tecidos. Os tropeiros também desciam a serra com tropas
de gado e porcos. Quando traziam gado, paravam em Brusque para descansar, pois
ali havia um curral para o gado e uma pousada onde os tropeiros ficavam, depois
de descansarem prosseguiam viagem até
Orleans ou Gravatal.
O primeiro armazém foi posto por João Ramiro Machado. A loja
de tecidos era de propriedade de Amadeu Fabre. Brusque tinha um importante comercio,
havia um grande armazém da família Mazon, o Sr. Dario Galvane conhecido como
Plinio era sapateiro em Brusque e era muito procurado por seus serviços, havia
um armazém pertencente ao Sr, Bernadino Antunes, Otavio Dalçasso também era
proprietário de um armazém que ficava próximo a igreja. Algusto Redivo também
tinha um armazém. Próximo a igreja também existia uma farmácia cujo
proprietário era conhecido como Zé farmacêutico. Lucio Galvane foi alfaiate por
muitos anos na comunidade. Havia uma
fabrica de banha e um alambique de propriedade dos Mazon. Antonio Borba tinha
uma olaria na comunidade na qual foram feitos os tijolos para construção da 1ª
capela de alvenaria da comunidade. Hermogenes Marchioro tinha padaria na
comunidade. Havia também uma verdureira e fruteira de propriedade de Juvenal C.
Avia também um dentista na comunidade que era o Sr. Antonio Silveira. Uma das
barbearias que existiam na época era de João Marcheoro. Existiam em Brusque,
varias atafonas, engenhos, moinhos de cana, alambiques, descascadores de arroz,
engenhos de farinha (féculas), serrarias e ferraria. A primeira serraria foi
instalada pelos irmãos Luiz, Estevam e Ângelo Mazon em 1929 movida por enormes
rodas da água até 1975 quando passou a estilizar motores movidos e energia
elétrica. João Zanini também instalou uma serraria tempos depois sob as mesmas
condições e junto dela possuía um moinho. Por volta de 1930 a sociedade dos Mazon já tinha em Brusque
alem da Serraria, marcenaria, engenho e atafona. Fundaram também um clube de
futebol e um clube recreativo, ambos com o nome de “7 de Setembro”.
Apesar das
dificuldades da época, havia muita diversão. As danças aconteciam no clube e
também nas casas das famílias. Os moradores dançavam, cantavam, faziam
quadrilhas nas épocas juninas, casamento de jeca, carnavais, bailes a fantasia.
No clube 7 de Setembro os bailes eram freqüentes, os proprietários Luz, Estevam
e Ângelo Mazon ficavam na porta controlando a entrada dos frequentadores. As
mossas não pagavam para entrar, mas só podiam sair do salão na hora em que
fossem para casa e não podiam negar uma dança a um cavalheiro. Os homens
pagavam ingresso e eram revistados para que ninguém entrasse armado no clube
alem de ser obrigatório o terno e gravata. Os proprietários contratavam
gaiteiros, violeiros e cantores da comunidade e de fora para animarem os soares
e bailes. Aos sábados e domingos aconteciam jogos de futebol que também reunião
os moradores, principalmente a juventude.
Os casamentos aconteciam quase todos em Orleans e os noivos, para chegar
até a Igreja Matriz, transportavam-se de carro de boi, charretes e cavalos, os
noivos eram acompanhados pelas testemunhas e padrinhos e quando retornava
faziam-se as festas, que geralmente aconteciam nas casas ou no bazar da igreja.
As festas escolares também eram bastante prestigiadas naqueles tempos
principalmente nos desfiles cívicos que também eram comemorados.
Por volta de
1917 já havia uma escola na comunidade, o primeiro professor foi Estevam Fabre,
tempos depois sumiu a professora Hermelinda Mattos, mas a escola que era estadual
foi transferida para outra comunidade. Em junho de 1933, Martha Claudio Machado, a pedido de moradores, abriu uma
escola particular em Brusque do Sul, pois a que existia na localidade havia
sido transferida para a comunidade de Rio Cachorrinhos no mesmo Município. Em
1934 o prefeito de Orleans, Luiz Pizzolatti, através da resolução nº 35 de 06
de setembro de 1934 criou a Escola Municipal e nomeou Dona Martha Claudio
Machado como professora da referida escola. Em 1936 o segundo Tenente Rui
Stockler de Souza, prefeito provisório concedeu exoneração da professora
municipal, pelo motivo de a escola ter sido convertida novamente para o estado
pela resolução nº 1025 de 06 de março de 1936, tendo preenchido a vaga a mesma
professora, Martha Claudio Machado. A escola ocupou inicialmente uma casa velha
pertencente ao Estado que servia de Posto Fiscal onde se faziam cobranças de
impostos sob o gado que descia a serra do Imaruí trazidos pelos tropeiros,
naquela época o caminho da serra do Imaruí era a única estrada que ligava o
planalto ao litoral sul. Como o numero que alunos iam aumentando a tal casa
ficou pequena os pais se reuniram e resolveram construir um prédio escolar com
seus próprios recursos e trabalhos. Como a cooperação foi grande resolveram
também construir ao lado do prédio a moradia do professor, o terreno foi doado
pelo Sr. Benjamim Brugnara. O prédio foi inaugurado com uma bonita festa
no fia 07 de setembro de 1949. Mais tarde a escola possuindo um grande número
de alunos foi desdobrada a funcionar em dois períodos manha e tarde. Vários
professores foram auxiliares de D. Martha, tais como Delicia de Sousa, Elza
Galvani, Alcione Rocha e Maria do Carmo Machado. A professora Martha Claudio
Machado esteve como regente da escola até o dia 08 de setembro de 1958, dia em
que se aposentou. Assumiu o exercício a professora Eulália Mazon Machado,
tendo como auxiliar o professor Deodoro Volpato e logo após Joacir
Isidoro.Em 1962 a pedido dos pais e de vários políticos a Escola Isolada
converteu-se em Escola Reunida. Foi construído então novo prédio escolar em
1964 com duas salas de aula, em terreno doado por Benoni Ferrareis. A escola
reunida passou a chamar-se Escola Reunida Paulo Frontin, nome esse que não foi
escolhido pela comunidade, más designado por políticos da época. Eulália
Machado esteve como regente até o dia 27 de julho de 1983, quando se aposentou.
O ano de 1988 foi ano histórico para a comunidade de Brusque do Sul: inaugurou-se
nova construção, dessa vez quatro salas de aula, o dia 23 de março de 1988 foi
autorizada a transformação em Escola Básica e autorizado o funcionamento de
gradativo de 5ª a 8ª série, chamando-se portanto Escola Básica Paulo Frontin. A
professora Valilde Marchioro Souza passou a atuar como diretora da unidade
escolar. No dia 10 de dezembro de 1990 foi eleita por pais, alunos e
funcionários a professora Gislana Marcia Horn como Diretora da Escola,
assumindo o cargo em 21 de janeiro de 1991. Em 1º de outubro de 1992, a Escola
Básica Paulo Frontin sofreu nova mudança de nome, passando a ser chamada Escola
Básica Martha Claudio Machado, em homenagem a professora D. Martha (em memória)
que muito fez pela escola e sua comunidade. Atravéz do decreto nº 2690 de
09/03/98 a escola foi municipalizada, passando a ser um dos pólos de Nucleações
do município recebendo a Escola Isolada Chapadão de Brusque e a Escola Isolada
de Morro da Palha. Em 2000 a Escola recebeu as escolas Isoladas de Curral
Falso, Três Barras, Rio Minador e Voador, e em 2002 recebeu as escolas da Barra
do Rio Hipólito e Rio Laranjeiras.Em 2007 a escola foi novamente ampliada
com uma área de 280,13 m², totalizando. Foram construídas duas salas de aula,
uma cozinha com banheiro para os agentes, dispensa de alimentos e de matérias e
outros, área de lazer e um refeitório. A reforma tambem foi paralela a
ampliação, sendo que as despesas foram parte pagas pela APP e parte pela
Prefeitura Municipal. Na reforma realizou-se a pintura de toda a escola, traça
do forro, caibros e telhas de três salas de aula, na secretaria, na sala dos
professores, no banheiro dos funcionários e no deposito de matérias de experiente.
No dia 11 de maio de 2007 realizou-se a inauguração dar reforma e ampliação da
escola básica Martha Claudio Machado. Atualmente a escola esta sob a
direção da professora Izaleia Luciano Albertton e atende cerca de 200 alunos
desde a pré-escola até a 9ª serie. Localiza-se n Distrito de Brusque do Sul-
município de Orleans, estado de Santa Catarina s/n. Alem das
atividades escolares a Escola participa de atividades da comunidade como
a confecção dos tapetes anualmente na Festa de Corpus Christ, e
do presépio no Natal.
Pouco a pouco Brusque do Sul foi
crescendo, tudo centrado em volta do primeiro armazém, que no inicio era o
principal ponto de encontro dos moradores e dos tropeiros que desciam a serra
que para chegar ao armazém tinha que atravessar o rio. É o Rio Laranjeiras, que
atravessa o vale o divide em dois setores. No inicio o rio era varado da pé,
logo os primeiros moradores construíram uma ponte de madeira que nada mais era
do que uma grande tora deitada e apoiada pela qual as pessoas passavam. Em
seguida foi construída um ponte de arame (ponte pencil tosca). Em 1970,
iniciou-se a tentativa de construir uma ponte de rodagem sobre o Rio
Laranjeiras, a enchente de 74 destruiu a parte que já havia sido construída.
Tempos depois da enchente é que foi inaugurada a ponte de rodagem, também de
madeira. Em 2011 a ponde de madeira foi substituída por uma de concreto. As
enchentes eram muito freqüentes na região, alem da grande enchente, de 23 de
março de 1974, outra grande enchente assustou a comunidade no ano de 1954. Era
um dia de festa na comunidade de Brusque, Festa de São Sebastião e uma enchente
veio repentinamente levando a vida de 3 pessoas da comunidade vizinha de Três
Barras. Segundo relatos de moradores a enchente aconteceu porque uma barreira
caiu no topo da serra trancando o canal do rio e quando estourou veio a
enchente. Outra cheia do rio Laranjeiras aconteceu em 1994, muitas plantações
foram devastadas e parte da ponte de rodagem foi levada pelas águas. Essas
enchentes contribuíram muito para o atraso na vida de muitos agricultores, pois
devastaram com muitas plantações nas várzeas.
As famílias de Brusque do Sul,
por cultivarem valores cristãos, deram a Igreja varias vocações. Três padres e
uma religiosa.
Frei Nivaldo José Machado que nasceu em Brusque ali viveu até
cursar o 3º ano primário, seus pais João Ramiro Machado e Maria Pizzolati
Machado mudaram-se para Orleans, e Nivaldo ingressou no seminário do Servos de
Maria. Foi ordenado Padre em Roma no dia 23 de maio e 1962.
Padre Geraldo
Ascari, filho de Ernesto Ascari e Terezinha Ghizoni Ascari. Nasceu me Brusque e
cursou até a 4ª serie de primário quando seus pais mudaram-se para o Paraná.
Foi Ordenado Padre da Ordem dos Servos da Caridade em 07 de dezembro de 1986
sua primeira missa foi dia 08 de dezembro do mesmo ano na Igreja Matriz Santa
Terezinha de Itaipu no Paraná.
Dom Onécimo Alberton, filho de Mozé Alberton e
Laura Baggio Alberton nasce em Brusque entrou na escola com seis anos, foi coroinha
na comunidade, ingressou no seminário dos Joséfinos de Murialdo de Orleans em
1976, em 1980 ingressou no seminário Nossa Senhora de Fátima da Diocese de
Tubarão onde concluiu o ensino médio e cursou filosofia. Em 1986 iniciou o
curso de teologia em Florianópolis. Foi
ordenado Diácono pelo bispo de Lages Dom Onéris Marchiori na Igreja Matriz de
Orleans no dia 31 de maio de 1992. Foi
ordenado Sacerdote no dia 27 de setembro de 1992 (domingo) na comunidade de Brusque
do Sul, o Bispo Ordenante foi Dom Hilario Mozer bispo de Tubarão que também esteve
presente na primeira Missa de Padre Onécimo no dia 28 de setembro quanto mais
de 50 padres estiveram presentes. Em 1993, foi nomeado pároco da Paróquia Nossa Senhora da Natividade, de Cocal do Sul. Em 1998, foi integrado ao clero da Diocese de Criciúma. Entre os anos de 2001 e 2010, foi Reitor do Seminário Teológico Bom Pastor, em Florianópolis. Em 2011, foi nomeado vigário da Paróquia São José, em Criciúma. Em 2013, por sua vez, foi nomeado pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo, em Criciúma. Também neste ano, foi eleito presidente da Cáritas Diocesana de Criciúma e escolhido Coordenador da Pastoral Presbiteral. Foi um dos maiores eventos religiosos já
realizados na comunidade de Brusque do Sul. Em 17 de dezembro de 2014, e então Padre Onécimo é nomeado pelo Papa Francisco como Bispo para a Diocese de Rio do Sul. Sua Ordenação Episcopal aconteceu no dia 22 de fevereiro de 2015, foi realizada no Sisos Hall, em Criciúma e foi presidida pelo bispo da Diocese de Tubarão, Dom João Francisco Salm, bispo ordenante, e concelebrada pelos bispos co-ordenantes, Dom Jacinto Inacio Flach, de Criciúma, e Dom Paulo Antonio De Conto, de Montenegro (RS), junto a outros dez bispos e mais de 150 padres e diáconos de Santa Catarina e de outros estados. No dia 05 de março de 2015, Dom Onécimo presidiu a sua primeira Missa como bispo em sua terra natal.
Brusque do Sul é uma comunidade que, na lembrança de muitos,
ainda se chama Brusca, o primeiro nome atribuído ao local. Segundo depoimentos
das pessoas mais antigas da comunidade, esta herdou o nome de Brusca dos
tropeiros que ao passar pólo vale encontrava toda aquela mata fechada e escura
e em seu linguajar simples e rústico chamavam esse vale de Brusca. Quando o
nome foi para os registros da prefeitura de Orleans colocaram o nome de Brusque
do Sul para diferenciar o nome da comunidade orleanense do nome do município de
Brusque situado na Microrregião de Blumenal. Com a construção da Serra do Rio do Rastro em Lauro Muller na
década de 20 o movimento de tropeiros começou a diminuir no caminho da serra do
Imarui. Pois não era mais rentável trazer e levar mercadorias em lombos de
cavalos e mulas se já se tinha a possibilidade de transportá-los pela Serra
recém construída. Esse fato possivelmente contribuiu para a debanda de
moradores que aconteceu em Brusque do Sul, outro fator que influenciou foi à
improdutividade das terras que na verdade só eram exploradas e não cultivadas.
Muitas das famílias mais antigas da comunidade se mudaram para regiões como: oeste
catarinense e norte do Paraná. Algumas famílias que saíram, retornaram tempos
depois, más maioria não voltou. Brusque já não era mais um grande centro
comercial, maioria dos armazéns aviam fechado, o mesmo aconteceu com as atafonas
e engenhos. Só permaneceram as serrarias que ainda garantem o sustento de
muitas famílias da comunidade. Outras atividades foram sendo adotadas pelos
agricultores para melhorar sua qualidade de vida como a fumicultura na década
de 50 e 60, granjas de suínos e mais recentemente aviárias e gado leiteiro.
Atualmente Brusque do Sul sobrevive basicamente de quatro atividades: a fumicultura
que ainda e a base da economia; a pecuária leiteira que tem ganhado espaço; a
ovinocultura e suinocultura.Brusque do Sul é uma comunidade na qual se vive bem. A
história de seus percussores nos ajuda a compreender melhor nossa realidade e
nos faz refletir sobre nossa contribuição com essa história. Neste breve texto
foram relatados alguns dos acontecimentos que foram vividos por nossos
antepassados. Muito ainda há de se escrever sobre a Brusca, e muito ainda há de
se viver para construir essa historia...
De Brusca a Brusque do Sul
Relato Histórico
No principio, as terras onde localiza-se a comunidade de Brusque do Sul, eram um vale escuro com uma mata muito espessa e fechada, e ara habitada por índios botocudos, os chamados bugres. Este vale, até a chegada dos colonos tinha fama de banditismo, pois servia de refugio para bandidos fugidos principalmente de Laguna e Tubarão. Por isso era chamado de Brusca (palavra do dialeto italiano que significa lugar escuro). Situada a beira do caminho das tropas da Serra do Imaruí, em pouco tempo Brusque tornou-se um expressivo povoado com significativo centro comercial. Atraidos pelas terras férteis dirigiram-se para o fale os primeiros moradores de origem alem e brasileira. As primeiras famílias a habitar a região foram: Lorenzetti, Flor, Chipa, Cordiolli, Heising, Borba, Nascimento. O censo de 1896 contou 123 moradores, a maioria com sobrenomes brasileiros: da Silva, Alves, de Santa Ana, de Souza, Abreu, da Luz, da Motta, Caetano, de Jesus, de Mello, dos Santos, Pereira e outras.Logo que chegaram, essas primeiras famílias, construíram uma capelinha de madeira coberta de palha, localizada numa parte alta da comunidade onde hoje faz divisa com a comunidade de Rodeio da Anta, nela colocaram um quadro de São Sebastião. Por estar localizada fora do centro de Brusque, os moradores que ali residiam, queriam trazer a capela para o vale mas os moradores próximos a capela não aceitaram e houve conflitos. Então os moradores resolveram construir sua própria capela, esta também pequena, feita de varas, barro e coberta de palha e tabinhas. Como queriam o mesmo padroeiro, foram até a primeira capelinha e roubaram o quadro de São Sebastião. Porem os moradores próximos da primeira capela, novamente não concordaram com a idéia e foram buscar sua imagem. Isso gerou um conflito e um vai e vem, que só terminou quando o pároco de Orleans, padre Guilherme Farinha da silva, resolveu acabar com o conflito trazendo uma imagem de são Sebastião e nomeando-o padroeiro da comunidade, mais tarde por volta dos anos 40, os moradores resolveram trocar de padroeiro, em comum acordo com o Padre da época foi nomeando Nossa Senhora das Dores como padroeira da comunidade. Com o tempo e o aumento da população a capelinha foi ficando pequena, então as famílias se reuniram e iniciaram a construção de uma nova igreja, feita de madeira, por volta de 1915. A madeira foi toda farquejada por Godofredo Ostre.
O primeiro capelão foi Gregório Cordiolli. Começaram, nesta época a vir muitos moradores como as famílias: Antunes, Brugnara, Marchioro, Fortunato, Miranda, Zanini , Alberton, Mazon, Herculano, Dalsasso, Coan, Baggio, Menegasso, Baschirotto e outras. Na década de 20 os moradores começaram a sentir necedade de uma capela maior e mais confortável.
Em 1927 foi lançada a pedra fundamental da primeira capela de alvenaria da comunidade, o modelo foi inspirado na 1ª Igreja Matriz de Orleans que ainda existia na época. Em 1935 a comunidade adquiriu um sino de bronze que foi fundido por uma fundição que existia em Blumenau no qual esta gravado o nome da padroeira da comunidade Nossa Senhora das Dores, a data da 1935 e o nome da empresa. O sino foi estalado ao lado esquerdo da capela em uma espécie de torre de madeira que sustentava o sino no alto.
O cemitério ficava bem próximo a capela e ali eram sepultados pessoas da comunidade e também de comunidades vizinhas, pois estas não possuíam cemitério próprio.
O primeiro salão de festas da comunidade que era chamado de bazar, ficava do lado do cemitério em uma baixada, a beira do rio, era uma construção simples e pequena feita também de madeira. Mais tarde foi construído um bazar maior, também de madeira do lado esquerdo da capela, mas este também não oferecia conforto para a comunidade. No final da década de 50 foi substituído por uma construção de alvenaria, este também, tempos depois não comportavam as festa que se realizavam na comunidade, foi então que planejou-se construir um outro bem maior. No dia 5 de agosto de 1986 foi iniciado o trabalho de terra planejem, em seguida iniciou-se a construção, na qual muitos moradores da comunidade trabalharam se revezando para construir o salão, e mesmo conta com dois pavimentos e é de grande utilidade para a comunidade.
Na década de 60, como a situação financeira das famílias já era um pouco melhor resolveu-se construir uma igreja mais ampla e moderna, a comunidade e a comissão adiministrativa composta por Otavio Alberton, Teofilo Mazon, Leonildo Baggio e Jacinto Brugnara, se reuniram, debateram o assunto e ficou estabelecido que a igreja seria demolida para a construção da nova, e levaram a idéia ao conhecimento do pároco Padre Santos Spricigo que achava que não se deveria demolir a igreja mas só ampliá-la, mas ele aceitou a proposta da comunidade e sugeriu que a igreja fosse construída em forma de cruz, o capelão na época Sr Januario Mazon foi o idealizador do projeto da nova capela.
Em 18 de setembro de 1966 foi promovida uma grande festa em honra a padroeira Nossa Senhora das Dores na qual seria feito o leilão da pedra fundamental da nova capela e esta seria colocada no local. Esta foi leiloada pelo Padre Santos e o Sr. Valentim Crozetta foi o padrinho da mesma oferecendo 20 contos de réis. A partir disso iniciou-se a construção da nova capela, o pedreiro que a construiu foi Manulel da Silva, e a comunidade não mediu esforços para auxiliar nas obras. A capela foi aos poucos sendo construída e os acabamentos foram feitos ao longo dos anos. Esta capela é a mesmo que se encontra na comunidade hoje na qual a comunidade de reuni semanalmente para rezar.
Muitas pessoas se destacaram como lideranças na comunidade especialmente na função de capelão que era uma espécie de administrador das funções eclesiais na comunidade já que os Padres não podiam atender a todas a comunidades da paróquia, que eram muitas. No inicio da comunidade, muitas vezes os padre podia atender a comunidade apenas duas vez durante o ano, geralmente na época da páscoa e na festa da padroeira, nessas ocasiões eram administrados todos os sacramentos que se houvesse necessidade. Por esse motivo as comunidades tinham lideranças que representavam a pessoa do padre na comunidade e realizavam trabalhos importantes como conduzir os cultos aos domingos, rezar as ultimas orações no caso de um falecimento entre outros. O primeiro capelão de Brusque foi o Sr. Gregorio Cordiolli, quando este saiu da comunidade quem assumiu foi o Sr. Januario Mazon que permaneceu por muitos anos, em seguida assumiu por volta dos anos 50 o Sr. Erculano Nacimento, sucedeu-o o Sr Jacinto Bascherotto, e em seguida José Alberton, também foram capelães na comunidade o Sr Natalino Ferrareis e a Sr. Matilde Borba. Atualmente a comunidade tem como liderança maior a Sr. Eulália Mason Machado que por muitos anos trabalhou em diversas atividades da igreja especialmente a catequese e atualmente é dirigente de culto na comunidade alem de outra atividades.
No princípio, o trabalho dos moradores era cortar e lascar arvores para construir suas próprias moradias, depois de instalados e terem aberto áreas para plantio é que começaram a cultivar milho, feijão, arroz, batata-doce, cana de açúcar, mandioca. Começaram a engordar porcos trazidos da serra pelos tropeiros que desciam a serra do Imaruí. Os serranos possuíam algumas raças de porcos que atingiam grande porte, mas não tinham condições de engordá-los, por isso traziam e vendiam para os colonos que engordavam os porcos e vendiam na cidade de Orleans, o transporte dos animais era feito a carro de boi, que era o meio de transporte mais utilizado na época. O Sr. Angelo Brugnara relatou que em 1944 quando foi picado por uma cobra, o meio de transporte mais rápido que se tinha para chegar até a cidade era uma charrete puxada por cavalos de propriedade do Sr. Luiz Mazon.
O primeiro caminhão, de propriedade dos Mazon, apareceu no final da década de 40, tinha a cabina feita de madeira e era coberto com lona.A comunidade de Brusque do Sul era um importante centro comercial, principalmente por estar situada a beira do caminho das tropas da serra do Imaruí, único caminho de ligação entre o litoral sul e o planalto serrano, esse caminho já tinha sido identificado por volta de 1875 quando foram demarcadas as terras da Colônia, esse caminho possivelmente foi aberto por serranos para trazer gado para o litoral.
Os tropeiros, como eram chamados, desciam a Serra trazendo: charque, maçã e pinhão, chegando em Brusque, comercializavam esses produtos com os colonos através da troca, pois o dinheiro era pouco utilizado. Levavam contavam consigo arroz, feijão, acocar grosso, algumas especiarias e tecidos. Os tropeiros também desciam a serra com tropas de gado e porcos. Quando traziam gado, paravam em Brusque para descansar, pois ali havia um curral para o gado e uma pousada onde os tropeiros ficavam, depois de descansarem prosseguiam viagem até Orleans ou Gravatal.
O primeiro armazém foi posto por João Ramiro Machado. A loja de tecidos era de propriedade de Amadeu Fabre. Brusque tinha um importante comercio, havia um grande armazém da família Mazon, o Sr. Dario Galvane conhecido como Plinio era sapateiro em Brusque e era muito procurado por seus serviços, havia um armazém pertencente ao Sr, Bernadino Antunes, Otavio Dalçasso também era proprietário de um armazém que ficava próximo a igreja. Algusto Redivo também tinha um armazém. Próximo a igreja também existia uma farmácia cujo proprietário era conhecido como Zé farmacêutico. Lucio Galvane foi alfaiate por muitos anos na comunidade. Havia uma fabrica de banha e um alambique de propriedade dos Mazon. Antonio Borba tinha uma olaria na comunidade na qual foram feitos os tijolos para construção da 1ª capela de alvenaria da comunidade. Hermogenes Marchioro tinha padaria na comunidade. Havia também uma verdureira e fruteira de propriedade de Juvenal C. Avia também um dentista na comunidade que era o Sr. Antonio Silveira. Uma das barbearias que existiam na época era de João Marcheoro. Existiam em Brusque, varias atafonas, engenhos, moinhos de cana, alambiques, descascadores de arroz, engenhos de farinha (féculas), serrarias e ferraria. A primeira serraria foi instalada pelos irmãos Luiz, Estevam e Ângelo Mazon em 1929 movida por enormes rodas da água até 1975 quando passou a estilizar motores movidos e energia elétrica. João Zanini também instalou uma serraria tempos depois sob as mesmas condições e junto dela possuía um moinho. Por volta de 1930 a sociedade dos Mazon já tinha em Brusque alem da Serraria, marcenaria, engenho e atafona. Fundaram também um clube de futebol e um clube recreativo, ambos com o nome de “7 de Setembro”.
Apesar das dificuldades da época, havia muita diversão. As danças aconteciam no clube e também nas casas das famílias. Os moradores dançavam, cantavam, faziam quadrilhas nas épocas juninas, casamento de jeca, carnavais, bailes a fantasia. No clube 7 de Setembro os bailes eram freqüentes, os proprietários Luz, Estevam e Ângelo Mazon ficavam na porta controlando a entrada dos frequentadores. As mossas não pagavam para entrar, mas só podiam sair do salão na hora em que fossem para casa e não podiam negar uma dança a um cavalheiro. Os homens pagavam ingresso e eram revistados para que ninguém entrasse armado no clube alem de ser obrigatório o terno e gravata. Os proprietários contratavam gaiteiros, violeiros e cantores da comunidade e de fora para animarem os soares e bailes. Aos sábados e domingos aconteciam jogos de futebol que também reunião os moradores, principalmente a juventude.
Os casamentos aconteciam quase todos em Orleans e os noivos, para chegar até a Igreja Matriz, transportavam-se de carro de boi, charretes e cavalos, os noivos eram acompanhados pelas testemunhas e padrinhos e quando retornava faziam-se as festas, que geralmente aconteciam nas casas ou no bazar da igreja.
As festas escolares também eram bastante prestigiadas naqueles tempos principalmente nos desfiles cívicos que também eram comemorados.
Por volta de 1917 já havia uma escola na comunidade, o primeiro professor foi Estevam Fabre, tempos depois sumiu a professora Hermelinda Mattos, mas a escola que era estadual foi transferida para outra comunidade. Em junho de 1933, Martha Claudio Machado, a pedido de moradores, abriu uma escola particular em Brusque do Sul, pois a que existia na localidade havia sido transferida para a comunidade de Rio Cachorrinhos no mesmo Município. Em 1934 o prefeito de Orleans, Luiz Pizzolatti, através da resolução nº 35 de 06 de setembro de 1934 criou a Escola Municipal e nomeou Dona Martha Claudio Machado como professora da referida escola. Em 1936 o segundo Tenente Rui Stockler de Souza, prefeito provisório concedeu exoneração da professora municipal, pelo motivo de a escola ter sido convertida novamente para o estado pela resolução nº 1025 de 06 de março de 1936, tendo preenchido a vaga a mesma professora, Martha Claudio Machado. A escola ocupou inicialmente uma casa velha pertencente ao Estado que servia de Posto Fiscal onde se faziam cobranças de impostos sob o gado que descia a serra do Imaruí trazidos pelos tropeiros, naquela época o caminho da serra do Imaruí era a única estrada que ligava o planalto ao litoral sul. Como o numero que alunos iam aumentando a tal casa ficou pequena os pais se reuniram e resolveram construir um prédio escolar com seus próprios recursos e trabalhos. Como a cooperação foi grande resolveram também construir ao lado do prédio a moradia do professor, o terreno foi doado pelo Sr. Benjamim Brugnara. O prédio foi inaugurado com uma bonita festa no fia 07 de setembro de 1949. Mais tarde a escola possuindo um grande número de alunos foi desdobrada a funcionar em dois períodos manha e tarde. Vários professores foram auxiliares de D. Martha, tais como Delicia de Sousa, Elza Galvani, Alcione Rocha e Maria do Carmo Machado. A professora Martha Claudio Machado esteve como regente da escola até o dia 08 de setembro de 1958, dia em que se aposentou. Assumiu o exercício a professora Eulália Mazon Machado, tendo como auxiliar o professor Deodoro Volpato e logo após Joacir Isidoro.Em 1962 a pedido dos pais e de vários políticos a Escola Isolada converteu-se em Escola Reunida. Foi construído então novo prédio escolar em 1964 com duas salas de aula, em terreno doado por Benoni Ferrareis. A escola reunida passou a chamar-se Escola Reunida Paulo Frontin, nome esse que não foi escolhido pela comunidade, más designado por políticos da época. Eulália Machado esteve como regente até o dia 27 de julho de 1983, quando se aposentou.
O ano de 1988 foi ano histórico para a comunidade de Brusque do Sul: inaugurou-se nova construção, dessa vez quatro salas de aula, o dia 23 de março de 1988 foi autorizada a transformação em Escola Básica e autorizado o funcionamento de gradativo de 5ª a 8ª série, chamando-se portanto Escola Básica Paulo Frontin. A professora Valilde Marchioro Souza passou a atuar como diretora da unidade escolar. No dia 10 de dezembro de 1990 foi eleita por pais, alunos e funcionários a professora Gislana Marcia Horn como Diretora da Escola, assumindo o cargo em 21 de janeiro de 1991. Em 1º de outubro de 1992, a Escola Básica Paulo Frontin sofreu nova mudança de nome, passando a ser chamada Escola Básica Martha Claudio Machado, em homenagem a professora D. Martha (em memória) que muito fez pela escola e sua comunidade. Atravéz do decreto nº 2690 de 09/03/98 a escola foi municipalizada, passando a ser um dos pólos de Nucleações do município recebendo a Escola Isolada Chapadão de Brusque e a Escola Isolada de Morro da Palha. Em 2000 a Escola recebeu as escolas Isoladas de Curral Falso, Três Barras, Rio Minador e Voador, e em 2002 recebeu as escolas da Barra do Rio Hipólito e Rio Laranjeiras.Em 2007 a escola foi novamente ampliada com uma área de 280,13 m², totalizando. Foram construídas duas salas de aula, uma cozinha com banheiro para os agentes, dispensa de alimentos e de matérias e outros, área de lazer e um refeitório. A reforma tambem foi paralela a ampliação, sendo que as despesas foram parte pagas pela APP e parte pela Prefeitura Municipal. Na reforma realizou-se a pintura de toda a escola, traça do forro, caibros e telhas de três salas de aula, na secretaria, na sala dos professores, no banheiro dos funcionários e no deposito de matérias de experiente. No dia 11 de maio de 2007 realizou-se a inauguração dar reforma e ampliação da escola básica Martha Claudio Machado. Atualmente a escola esta sob a direção da professora Izaleia Luciano Albertton e atende cerca de 200 alunos desde a pré-escola até a 9ª serie. Localiza-se n Distrito de Brusque do Sul- município de Orleans, estado de Santa Catarina s/n. Alem das atividades escolares a Escola participa de atividades da comunidade como a confecção dos tapetes anualmente na Festa de Corpus Christ, e do presépio no Natal.
As famílias de Brusque do Sul, por cultivarem valores cristãos, deram a Igreja varias vocações. Três padres e uma religiosa.
Frei Nivaldo José Machado que nasceu em Brusque ali viveu até cursar o 3º ano primário, seus pais João Ramiro Machado e Maria Pizzolati Machado mudaram-se para Orleans, e Nivaldo ingressou no seminário do Servos de Maria. Foi ordenado Padre em Roma no dia 23 de maio e 1962.
Padre Geraldo Ascari, filho de Ernesto Ascari e Terezinha Ghizoni Ascari. Nasceu me Brusque e cursou até a 4ª serie de primário quando seus pais mudaram-se para o Paraná. Foi Ordenado Padre da Ordem dos Servos da Caridade em 07 de dezembro de 1986 sua primeira missa foi dia 08 de dezembro do mesmo ano na Igreja Matriz Santa Terezinha de Itaipu no Paraná.
Dom Onécimo Alberton, filho de Mozé Alberton e Laura Baggio Alberton nasce em Brusque entrou na escola com seis anos, foi coroinha na comunidade, ingressou no seminário dos Joséfinos de Murialdo de Orleans em 1976, em 1980 ingressou no seminário Nossa Senhora de Fátima da Diocese de Tubarão onde concluiu o ensino médio e cursou filosofia. Em 1986 iniciou o curso de teologia em Florianópolis. Foi ordenado Diácono pelo bispo de Lages Dom Onéris Marchiori na Igreja Matriz de Orleans no dia 31 de maio de 1992. Foi ordenado Sacerdote no dia 27 de setembro de 1992 (domingo) na comunidade de Brusque do Sul, o Bispo Ordenante foi Dom Hilario Mozer bispo de Tubarão que também esteve presente na primeira Missa de Padre Onécimo no dia 28 de setembro quanto mais de 50 padres estiveram presentes. Em 1993, foi nomeado pároco da Paróquia Nossa Senhora da Natividade, de Cocal do Sul. Em 1998, foi integrado ao clero da Diocese de Criciúma. Entre os anos de 2001 e 2010, foi Reitor do Seminário Teológico Bom Pastor, em Florianópolis. Em 2011, foi nomeado vigário da Paróquia São José, em Criciúma. Em 2013, por sua vez, foi nomeado pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo, em Criciúma. Também neste ano, foi eleito presidente da Cáritas Diocesana de Criciúma e escolhido Coordenador da Pastoral Presbiteral. Foi um dos maiores eventos religiosos já realizados na comunidade de Brusque do Sul. Em 17 de dezembro de 2014, e então Padre Onécimo é nomeado pelo Papa Francisco como Bispo para a Diocese de Rio do Sul. Sua Ordenação Episcopal aconteceu no dia 22 de fevereiro de 2015, foi realizada no Sisos Hall, em Criciúma e foi presidida pelo bispo da Diocese de Tubarão, Dom João Francisco Salm, bispo ordenante, e concelebrada pelos bispos co-ordenantes, Dom Jacinto Inacio Flach, de Criciúma, e Dom Paulo Antonio De Conto, de Montenegro (RS), junto a outros dez bispos e mais de 150 padres e diáconos de Santa Catarina e de outros estados. No dia 05 de março de 2015, Dom Onécimo presidiu a sua primeira Missa como bispo em sua terra natal.
Brusque do Sul é uma comunidade que, na lembrança de muitos, ainda se chama Brusca, o primeiro nome atribuído ao local. Segundo depoimentos das pessoas mais antigas da comunidade, esta herdou o nome de Brusca dos tropeiros que ao passar pólo vale encontrava toda aquela mata fechada e escura e em seu linguajar simples e rústico chamavam esse vale de Brusca. Quando o nome foi para os registros da prefeitura de Orleans colocaram o nome de Brusque do Sul para diferenciar o nome da comunidade orleanense do nome do município de Brusque situado na Microrregião de Blumenal. Com a construção da Serra do Rio do Rastro em Lauro Muller na década de 20 o movimento de tropeiros começou a diminuir no caminho da serra do Imarui. Pois não era mais rentável trazer e levar mercadorias em lombos de cavalos e mulas se já se tinha a possibilidade de transportá-los pela Serra recém construída. Esse fato possivelmente contribuiu para a debanda de moradores que aconteceu em Brusque do Sul, outro fator que influenciou foi à improdutividade das terras que na verdade só eram exploradas e não cultivadas. Muitas das famílias mais antigas da comunidade se mudaram para regiões como: oeste catarinense e norte do Paraná. Algumas famílias que saíram, retornaram tempos depois, más maioria não voltou. Brusque já não era mais um grande centro comercial, maioria dos armazéns aviam fechado, o mesmo aconteceu com as atafonas e engenhos. Só permaneceram as serrarias que ainda garantem o sustento de muitas famílias da comunidade. Outras atividades foram sendo adotadas pelos agricultores para melhorar sua qualidade de vida como a fumicultura na década de 50 e 60, granjas de suínos e mais recentemente aviárias e gado leiteiro. Atualmente Brusque do Sul sobrevive basicamente de quatro atividades: a fumicultura que ainda e a base da economia; a pecuária leiteira que tem ganhado espaço; a ovinocultura e suinocultura.Brusque do Sul é uma comunidade na qual se vive bem. A história de seus percussores nos ajuda a compreender melhor nossa realidade e nos faz refletir sobre nossa contribuição com essa história. Neste breve texto foram relatados alguns dos acontecimentos que foram vividos por nossos antepassados. Muito ainda há de se escrever sobre a Brusca, e muito ainda há de se viver para construir essa historia...
Texto produzido a partir de textos já escritos sobre a
comunidade, com contribuições de pesquisas realizadas através de entrevistas
com pessoas da comunidade.
Brusque de Sul – Orleans / SC julho
2012
Padroeira: Nossa Senhora das Dores
Nossa Senhora das Dores. Este título dado a Nossa Senhora destaca sua participação ativa nos sofrimentos de Jesus: a profecia do velho Simeão (Lc 2,33s), a fuga para o Egito (Mt 2,13s), a perda de Jesus aos 12 anos (Jo 19, 17s) e a crucificação (Lc 23, 50s). Maria sofreu muito. Foi Bento XIII que, em 1724, promulgou a festa de Nossa Senhora das Dores e fixou o dia 15 de setembro para as festividades.
Oração
Minha Mãe dolorosa, não vos quero deixar sozinha a chorar vossa dor. Quero acompanhar-vos também com as minhas lágrimas. Esta graça vos peço, hoje: alcançai-me uma contínua lembrança e uma devoção terna à paixão de Jesus e à vossa, a fim de que todos os dias que me restam de vida, me sirvam para refletir sobre as vossas dores e as do meu Redentor. Elas me alcançarão o perdão, a perseverança, o céu, onde espero depois recrear-me em vós e cantar as misericórdias infinitas de Jesus, por toda a eternidade. Amém.
Mapa da comunidade
Senso demográfico 2010
População residente no Distrito de Brusque do Sul - Orleans - SC
Total - 770
Perímetro Urbano - 152 - 19,74%
Perimetro Rural - 618 - 80,26%